sexta-feira, 30 de abril de 2010

Travessia

"Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos."







Fernando Pessoa

Com o tempo você aprende...

Que AMOR, é simplesmente AMOR, e pronto! O AMOR verdadeiro apenas flui, sem nenhum medo de ser feliz. E ainda que o medo a persiga às vezes, pelas desilusões, pelas fraquezas humanas que a vida ainda lhes pregue na maturidade, ela segue adiante, porque carrega consigo a certeza de onde quer chegar. A diferença do "MAL DE AMOR" na maturidade, para com as outras idades, é que quando se padece dele, ele tem as mesmas expectativas, as mesmas características, as mesmas sensações, os mesmos receios e medos, que se tem na adolescência, na juventude. Apenas o que diferencia, é a dimensão, a intensidade, a plenitude com que se vive esse AMOR, e o que ele proporciona a alma... E isso só se consegue com a sobriedade, a lucidez própria da idade... Só se atinge com a maturidade, porque somente com a maturidade se permite essa entrega total que o AMOR exige. Por que se é AMOR? Tem que ser verdadeiro

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Tô tentando...

Tentando conter a ansiedade e não criar expectativas sobre mim, nada e nem ninguém. Mas, sobra planos.

Tentando viver um dia após o outro. Mas, sobra vontande de estar perto hoje.
Tentando fingir que eu não acredito, no que eu já acredito. Mas, sobra certeza.
Tentando não ter medo de me decepcionar. Mas, sobra coragem.
Tentando não ouvir as opiniões negativas e também não me entusiasmar demais com as opiniões extremamente positivas. Mas, sobra a minha própria opinião.
Tentando não dar asas demais a minha imaginação que viaja até o outro lado do mundo. Mas, sobra viagens durante os sonhos.
Tentando achar fácil o que parece tão difícil. Mas, sobra confiança.
Tentando entender que as coisas não dependem só de mim. Mas, sobra tantas meias verdades que ainda não foram ditas.
Tentando não deixar de acreditar que as horinhas foram diferentes de tudo que já vivi. Mas, sobra incerteza se o que me foi dado, é mesmo meu ou será.
Tentando acreditar que isso tudo é fruto da minha fantasia. E quem disse que não é? Sobra cenas de novela das 8.
Eu tento, tento...mas sempre me contradigo. Sobra a certeza que se for para o meu bem, eu consigo.( eu acho :/)

Resposta ao Tempo -Nana Caymmi

Talvez o tempo zombe mesmo dos nossos sofrimentos, já que com ele (o tempo ) tudo passa, mas o que o tempo não levar em conta é que até que esse tudo passe de verdade leva tempo...

Batidas na porta da frente
É o tempo

Eu bebo um pouquinho
Prá ter argumento

Mas fico sem jeito
Calado, ele ri
Ele zomba
Do quanto eu chorei
Porque sabe passar
E eu não sei

Num dia azul de verão
Sinto o vento
Há fôlhas no meu coração
É o tempo

Recordo um amor que perdi
Ele ri
Diz que somos iguais
Se eu notei
Pois não sabe ficar
E eu também não sei


E gira em volta de mim
Sussurra que apaga os caminhos
Que amores terminam no escuro
Sozinhos


Respondo que ele aprisiona
Eu liberto
Que ele adormece as paixões
Eu desperto



E o tempo se rói
Com inveja de mim
Me vigia querendo aprender
Como eu morro de amor
Prá tentar reviver


No fundo é uma eterna criança
Que não soube amadurecer
Eu posso, ele não vai poder
Me esquecer

Respondo que ele aprisiona
Eu liberto
Que ele adormece as paixões
Eu desperto

E o tempo se rói
Com inveja de mim
Me vigia querendo aprender
Como eu morro de amor
Prá tentar reviver

No fundo é uma eterna criança
Que não soube amadurecer
Eu posso, e ele não vai poder
Me esquecer

No fundo é uma eterna criança
Que não soube amadurecer
Eu posso, ele não vai poder
Me esquecer

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Cafômetro.....

Entender o Cafômetro é fundamental para que aprenda a utilizar esta ferramenta como forma de separar os tipos de filme que gosta dos que não gosta. Em pouco tempo você passará a ir ao cinema ou à locadora com uma chance muito maior de acertar na escolha do filme.
A Confraria de Cinema criou uma classificação que divide os filmes não por gêneros, não por qualidade, mas por essência de conteúdo. O Cafômetro é um indicador que mostra em qual categoria este filme foi classificado, e esta informação, uma vez compreendida, muito ajudará na escolha do filme antes de ir ao cinema ou à locadora. O Cafômetro expressa o índice de Cafriedade do filme em uma escala crescente, e uma vez que você conheça qual o seu índice de Cafriedade, a combinação destas duas informações resultará em uma ótima escolha de filme.
Veja as categorias do Cafômetro abaixo e pense qual seria a sua essência, se você é CAFRI deve procurar por filmes CAFRI, se é Cult veja filmes Cult, e assim por diante. Tenha sempre em mente que a essência da pessoas variam com o humor do dia, então, é provável que prefira ver um filme CAFRI após um longo dia de trabalho estafante mesmo que sua essência seja Cult.

CULT – Filmes intelectualizados, artísticos e viscerais. Os filmes Cult são normalmente elogiados pela crítica mas dificilmente atingem o grande público e sua adoração acaba se restringindo a um pequeno número de pessoas. A exibição de filmes Cult normalmente não ocorre em grandes complexos de cinema e sim em pequenos cinemas de rua devido ao pequeno apelo comercial.
“Cult é aquele filme que você teve de assistir três vezes para entender e seu professor de filosofia ainda insiste que você não compreendeu o porquê da obra.”

Exemplos de Filmes Cults: "Os Famosos e os Duendes da Morte", "A Fita Branca", "O que Resta do Tempo", "Abraços Partidos", "Anticristo".



PAPO-CABEÇA – Levemente intelectualizados, utiliza de atores de renome para fazer o espectador pensar e refletir sobre algum tema universal. Os filmes Papo-Cabeça são os mais prestigiados pela Academia e anualmente ao Oscar. Diferentemente dos filmes Cult, os Papo-Cabeça são bem aceitos pelo grande público por dosar arte e reflexões em doses homeopáticas.
“O Papo-Cabeça é quase um Cult, mas os produtores não se esqueceram que um filme deve ter começo, meio e fim para facilitar o entendimento da Academia.”

Exemplos de Filmes Papo-Cabeça: "Um Homem Sério", "O Mensageiro", "Guerra ao Terror", "A Todo Volume", "Quem Quer Ser um Milionário?".

MEIO A MEIO – Fundamentados na observação da realidade mas sem descaracterizar o entretenimento aguardado pelo público, filmes Meio a Meio misturam elementos dos dois extremos do Cafômetro. Histórias realistas que retratam o cotidiano, o amor, o preconceito, fatos históricos, entre outros temas, são contadas sem deixar a veia comercial de lado.
“Alguns filmes Meio a Meio tendem a ser excessivamente açucarados, ou seja, cuidado para não melar o sofá.”

Exemplos de Filmes Meio a Meio: "Vício Frenético", "A Vida Íntima de Pippa Lee ", "This Is It", "Aconteceu em Woodstock", "Tokyo!".


PSEUDO-CAFRI – Entretenimento com uma mensagem ao fundo faz dos Pseudo-CAFRI, filmes que levam a essência CAFRI espalhada por toda película mas não resistem a passar uma mensagem ou propor algum nível de reflexão. Normalmente são capazes de atrair um grande público, mas não é puro entretenimento, todos possuem uma veia Cult e esta pode aparecer onde menos se espera.
“Filmes Pseudo-CAFRI têm algo de falso em sua essência CAFRI, então, não se surpreenda se algum problema universal por discutido entre uma perseguição de carro e outra.”

Exemplos de Filmes Pseudo-CAFRI: "Julie e Julia", "500 Dias com Ela", "Watchmen - O Filme", "Marley e Eu", "Queime Depois de Ler".


CAFRI – A excelência do puro entretenimento Hollywoodiano, o único objetivo é divertir o público durante a projeção. Os filmes CAFRI são arrasa quarteirões, formam filas gigantescas na estréia, criam-se fã clubes, publicidade aos montes, merchandising de tudo relacionado à obra, faturamento milionário é garantido. O roteiro deixa de lado a vida cotidiana e parece construir um universo paralelo em que tudo é possível, é a magia do cinema criando o inimaginável.
“Não se deixe enganar por roteiros inspirados ou diretores bem intencionados, o objetivo de um filme CAFRI é ganhar muito dinheiro. Quando você não encontrar criaturas estranhas (animais extintos, alienígenas, etc.) ou muitos tiros e explosões, espere encontrar algum casal de "sex symbols" vivendo alguma catástrofe histórica.”

Exemplos de Filmes CAFRI: "O Livro de Eli", "Avatar", "Bastardos Inglórios", "007 - Quantum of Solace", "Os Invencíveis".

TRASH – Filmes sem nenhum comprometimento com a realidade ou com a moral, muitas vezes de gosto duvidoso. Alguns se caracterizam por total falta que qualidade técnica, que pode ser intencional ou não, mas esta não é uma regra. Não confunda Trash com lixo, um filme Trash não é necessariamente ruim, apenas exige um estado de espírito que o permita enxergar a obra com olhos irônicos e sarcásticos o suficiente para saber apreciar um bom Trash. Poucas pessoas conseguem identificar o valor do Trash.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Essa tem história...

Mais de mim

(Marcelo Quintanilha / Vânia Abreu)

Deixa eu te contar mais de mim
Quero te mostrar quem sou
Sou como o lugar de onde vim
Onde tudo começou
Esse brilho em meu olhar, é do mar
É do mar que trago refletido
Guardo a tua luz a me guiar
Meu caminho agora faz sentido
Vim morar
Na tua cidade
Só pra te encontrar
Me tornar inteira e se metade

Deixa eu te contar mais de mim
Quero te mostrar quem sou
Sou como o lugar de onde vim
Onde tudo começou
Tenho o vento em minha voz, minha voz
Cantando nos coqueirais
E o sorriso nunca mais a sós
Somos nossos próprios carnavais
É o que vem
Após a quarta-feira
Que me faz tão bem
Me torna metade ao ser inteira

Todo amor que houver nessa vida .

Eu quero a sorte de um amor tranqüilo
Com sabor de fruta mordida
Nós na batida, no embalo da rede
Matando a sede na saliva
Ser teu pão, ser tua comida
Todo amor que houver nessa vida
E algum trocado pra dar garantia

E ser artista no nosso convívio
Pelo inferno e céu de todo dia
Pra poesia que a gente não vive
Transformar o tédio em melodia
Ser teu pão, ser tua comida
Todo amor que houver nessa vida
E algum veneno antimonotonia

E se eu achar a sua fonte escondida
Te alcance em cheio o mel e a ferida
E o corpo inteiro feito um furacão
Boca, nuca, mão, e a tua mente, não
Ser teu pão, ser tua comida
Todo amor que houver nessa vida
E algum remédio que me dê alegria

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Roda da vida

 Ela não era sua. As experiências vividas já ensinaram e mesmo assim, deixou-se envolver. E ela não se deixa mais envolver a tôa. Ela deixou o coração ser parcial e perdeu a razão. Sentia que devia seguir em frente e foi. Real, sem fantasias. Erro ou acerto? Difícil responder. Viver cada segundo. Arriscar. É sentir que algo não é banal e jogar-se de cabeça. Um pulo no vazio dos que nada sabe. A gente nunca sabe. Da gente. Dos sentimentos. Dos não sentimentos. Tudo pouco e muito, um paradoxo. Hoje. Sempre. Seja como for. Seja com quem for. Fugaz e perene, como uma paixão. História que ficará guardada na gaveta mais especial da memória. Abstrair. Esquecer. Ela sabe separar as coisas e viver a sua vida. Mas, nada acontece por acaso e tudo sempre tem uma explicação. Ela sabe disso. E, ela sente que essa história ainda não acaba aqui. Lá na frente a vida responde. Agora é com a vida...

Acorda !!!!

Tentando fazer com que o meu pensamento entenda o que ele precisa esquecer. Tentando empurrar garganta abaixo que querer a felicidade do outro não significa não lutar, deixar livre e respeitar o outro é a maior das batalhas. Tentando me fazer acreditar que as "horinhas" foram poucas e sem importância, mas eu não sei mentir e muito menos para mim mesma. Tentando buscar explicações em mim, por continuar pensando em algo tão distante, se tenho tantas possibilidades perto. Tentanto ver o sentimento "lindo" por outros ângulos. Tentando varrer para debaixo do tapete da minha memória a poeira da saudade que por vezes ronda o meu dia. Tentando dar oportunidade de algo novo chegar, mas sem querer fechei os olhos. Tentando entender porque a vida me pregou mais essa peça. Tentando tirá-le do pensamento. Tentando esquecer longe antes de estar perto, e logo estarei bem do lado.