quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Ao meu primeiro amor

Nessa história a sempre tanto a dizer. Parece que o muito é sempre pouco, que o pouco é sempre a maior parte. Hoje eu senti tanta coisa junto, coisas que me eram desconhecidas, e ainda assim algo ficou faltando. Uma palavra que fosse. Uma palavra que preenchesse o vazio que anda rondando meu coração. Sei lá, parece que não ha espaço para todo mundo, parece que ha sempre alguém que fica de lado, alguém que fica com o meio termo, alguém que acha que é tudo, alguém que acha que é nada. E o mais engraçado nisso tudo é que no final, ninguém fica com ninguém. E eu aqui, me sentindo no meio de uma grande avenida, envolta a grandes olhos, a um amor que eu amo, a um amor que me ama, a um amor que é tão difícil de viver. Às vezes é tão claro, outras tão escuro. A verdade é que nessa história, eu me vejo sempre fora do abrigo, carta fora do baralho. Já não sei mais o que fazer para transformar os dias difíceis em dias melhores. Já não sei mais como lidar com essa falta, com esse jeito louco e exagerado de dizer que se ama. Fico pensando em como as coisas acontecem de maneira louca, inusitada. Fico pensando que isso não é coisa pouca, que toda essa explosão deve ter um sentindo muito maior que o “universo”. A verdade é que, jamais, vou encontrar em outro amor, a beleza, a doçura, a loucura do meu primeiro amor.

Desabafo....

Criam-se fatos, oportunidades, momentos. Planejam-se encontros, dias eternos, mudanças. O mundo girando e nos jogando em direções tão opostas, compostas de uma lembrança do que nunca aconteceu. Dias passam, semanas passam, meses passam, e tudo parece preso ao chão, congelado, impedido de levantar vôo. Olho para os lados e vejo-me também retida em um conto inacabado, em um livro rasurado, cheio de marcações e páginas completas, tentando desesperadamente me encaixar em qualquer espaço, em qualquer parágrafo perdido. Passa um filme na minha cabeça, cheio de ternura, paixão, excitação, magoa e doçura. Já não encontro o equilíbrio, vejo-me cambaleando entre um fato e outro, dividida entre um dia de amor, entre um dia de guerra. Entre declarações inesperadas e minutos perfeitos. Entre segundos que parecem anos, de tão longos que se tornam. Minhas paginas estão em branco, apenas com um esboço do que é brutalmente irreal. As imagens já não fazem sentido, mais me fazem sentir.
Não importa se carrego a beleza das flores, se sou a parte mais doce do dia, se sou o maior desejo, a maior alegria, o maior fetiche, a melhor menina. No final da tarde a sempre lugar certo para voltar, a sempre quem te espere quem te acolhe, quem te ama, quem te odeia, quem divide uma historia, uma vida, quem governa a sua vida sem você notar. Posso ser a primavera, mais os frutos não fazem parte da minha estação.